Data: 07/10/2020
Objetivo
Cidades e comunidades sustentáveis
Como diminuir a compra de animais de raça em Joinville?
Geralmente, quando alguém deseja ter um animal de estimação, seja ele gato ou cachorro, já tem em mente como deseja que sejam suas características estéticas, sua raça, seu comportamento, se será de pequeno ou grande porte, branco, preto, marrom, manchado, peludo ou com pelo curtinho, etc.
Esse tipo de atitude faz com que, o cruzamento entre os animais seja geralmente entre as mesmas raças, fazendo com que perpetuem muitas doenças genéticas entre eles, além de ser um incentivo aos criadouros de animais.
Estes por sua vez, veem os animais criados para venda com apenas um objetivo: o lucro. Logo, não se importam com o bem estar dos animais, os usam até onde conseguem e quando não são mais úteis, são substituídos.
Os animais colocados a venda, são nada mais, nada menos do que mercadoria, encarregada de gerar lucro a pessoas cruéis. Por isso, a quebra desse mercado se faz tão importante, se todo mundo entender a importância de não comprar animais, esses criadouros irão falir, não gerando mais lucro e fazendo com que seus malfeitores acabem com seu negócio sujo.
A cada animal de estimação comprado, um outro deixa de ser adotado, podendo estar na rua sofrendo com frio, fome e até mesmo com maus tratos.
Segundo a OMS só no Brasil, existem mais de 30 milhões de animais abandonados, 10 milhões de gatos e 20 milhões de cães. Em cidades de grande porte, para cada cinco habitantes há um cachorro. Destes, 10% estão abandonados. Em muitos casos o número chega a 1/4 da população humana. Em Joinville, os bairros em que mais ocorrem casos de abandono de animais são no Morro do Meio, Paranaguamirim, Itinga, Comasa e Jardim Paraíso.
No Brasil, a lei exige que todo criadouro comercial tenha uma licença e um veterinário responsável, mas na prática não é isso que acontece, as chamadas "fábricas de filhotes" são criadouros clandestinos ou não fiscalizados, em que os cães, sobretudo os adultos, são usados para reproduzir-se e dar lucro, vivendo em condições insalubres e forçados a procriar no limite de suas forças, as fêmeas chamadas "matrizes", são induzidas a ficar em um "cio eterno", afim de procriar inúmeras vezes e quando não conseguem mais suprir a demanda, são substituídas.
Especialistas em procriação animal consideram que uma cadela deve cruzar no máximo a cada dois cios, o cruzamento a cada cio debilita o animal e reduz a sua resistência imunológica, gerando inflamações e infecções, principalmente de mama e útero, que afetam também a saúde dos filhotes.
A diferença de cuidados nos criadouros reflete-se no preço dos animais. Enquanto um buldogue-francês de um canil que obedece aos procedimentos obrigatórios pode custar 8.000 reais, um filhote da mesma raça e idade
é anunciado em média por 2.800 reais na internet, os quais muitas vezes abastecem também os pet shops. As fábricas de filhotes vem aumentando muito no rastro da expansão do mercado pet, que cresceu três vezes mais que a economia na última década.
A previsão da Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação é que, a proporção de cães de estimação por habitante no país, hoje de um para quatro, será de um para três em cinco anos.
Em Phoenix, no Arizona, a corrente de protetores de animais que defendem a proibição da comercialização de animais de estimação conseguiu uma vitória: proibir que pet shops vendam animais vindos de criadouros. As lojas só podem oferecer filhotes originários de abrigos, ou seja, que foram recolhidos nas ruas ou abandonados por seus donos.
➵ Um vídeo para inspirar & refletir: https://www.instagram.com/tv/B_nxlSyDwxy/?igshid=1hr8bl02zsc2r
Equipe: Letícia Sales, Andressa Lima e Ana Carolina Benhnke.